CONCEITO DE MORAL
I- Alguns dicionários definem moral como "conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, éticas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa determinada" (Aurélio Buarque de Hollanda), ou seja, regras estabelecidas e aceitas pelas comunidades humanas durante determinados períodos de tempo.
Princípios ou regras morais desacompanhados dos sentimentos correspondentes são meras elaborações intelectuais, ideais mas inoperantes. A atividade apenas do raciocínio só será válida se for uma fase preliminar. A moral promoverá o adiantamento do espírito humano unicamente se os princípios de benevolência (amor) e de justiça (igualdade) acompanharem-se dos sentimentos do mesmo nome. È um recurso de elevação espiritual, que substituem, pouco a pouco, necessidades e impulsos enfermiços pela prática racional do bem.
A moral é uma atitude, é a integração do Evangelho em nossas vidas como código perfeito de ação. Então moral é um sistema de princípios e regras que objetivam orientar o uso da liberdade pessoal por meio da distinção entre o bem e o mal, de modo que a conduta não de origem a perturbações que venham a ser causas de sofrimentos futuros.
Trata portanto, do relacionamento da pessoa consigo mesma e dela com os semelhantes, ensinando a evitar conflitos internos (consigo mesmo) e externos (com os outros). Na prática, é sinônimo de moralidade em vista da sutileza da distinção.
II- Esse conceito corresponde ao que se denomina moral pessoal, caracterizada pelo fato de o próprio indivíduo delimitar o seu código de conduta, cujo respeito é questão moral social: conjunto de normas ou regras relativas ao comportamento permitido ou não, aceitas numa época em certa sociedade.
Regula implicitamente as relações entre os cidadãos, juntamente com os demais sistemas de orientação e contenção (lei, moda, etc). O desrespeito a alguma daquelas regras pode acarretar tácita ou patente reprovação e até repulsa por parte dos demais.
Cada grupo tem suas normas, mesmo que sua conduta não seja boa como por exemplo: o tráfico. A moral social age como um mecanismo de preservação do grupo. Cada comunidade tem seu código moral, que varia conforme a época, pois a moral é um produto espontâneo e natural da vida em grupo. Assim como na idade média era aceitável a escravidão e duelos hoje é inaceitável e imoral. A moral tradicional, usada oficialmente pela nossa sociedade, deriva quase totalmente do catolicismo, mas encerra algumas normas antigas germânicas, gregas e romanas.
Ética vem a ser a reflexão da moral e confundem- se ética e moral na linguagem comum.O que precisamos conhecer, realmente é sobre a moral pessoal que nos conduzirá a uma conduta elevada e plenamente consciente, sem qualquer constrangimento exterior. Que é próprio da moral social.
III- A moral há de basear-se no conhecimento da natureza humana, é portanto uma psicologia aplicada. Os grandes líderes espirituais da Humanidade dispunham do conhecimento humano e se baseavam nele. Por isso em toda parte receberam preceitos de conduta moral, os seus princípios os mesmos na sua essência. Exemplo mais notável é o Evangelho, presente em todos os sistemas religiosos da terra sob formulações diferentes.
A moral deve tratar portanto, da personalidade total e não de um traço isolado de caráter. Portanto qualquer julgamento não passa de projeção das próprias falhas íntimas sobre outra pessoa. O julgamento simplesmente exterioriza o que lhe vai no interior e atribui a outrem. Ex: o sujeito bom só vê bondade nos outros e o sujeito sem escrúpulos facilmente chama o outro de ladrão.
IV- Em que se baseia a conduta moral, sem levar em conta o interesse pessoal? A conduta moral se alicerça na faculdade de emitir juízos sobre valores e que consiste em decidir entre o bem e o mal. Colocando a pessoa acima de tudo quanto existe e considerando que a finalidade da vida é desenvolver o amor e a razão do homem.
Segundo o Livro dos Espíritos a Moral é a base entre o bem e o mal e objetivando o bem de todos. Juízos de valor são os julgamentos que emitimos a respeito de qualquer coisa que nos prenda a atenção: é um carro caro, Pedro é bonito, minha vida é ruim, Paulo é violento, etc. Agora o juízo de valor chama-se Juízo Moral quando refere-se as pessoas e características humanas, havendo dois tipos.
Juízo de valor para avaliar objetos comuns: veículos, casas, comidas, governo, filmes, experiências, etc.
Juízo de obrigação Moral: serve para declarar se aquela determinada ação é correta ou incorreta ou que se impõe cumprir ou não certo dever: Não devo ofender outrem, é errado o que ele fez, devemos cumprir as promessas, amai os vossos inimigos, etc.
SE NÃO FOSSEMOS CAPAZES DE ANALISAR AS COISAS POR MEIO DE JUÍZOS SEMELHANTES, NÃO ALCANÇARÍAMOS O NÍVEL MORAL DE VIDA, POIS, SERÍAMOS INCAPAZES DE SABER O QUE É BOM E MAU, CERTO OU ERRADO. NÃO HAVERIA ESCOLHA LIVRE E CONSCIENTE SOBRE ATITUDES E AÇÕES.
V- Desprende-se que a moral é racional e toma lugar do impulso assim que a pessoa evolui. Concluindo de que se conduzir moralmente significa:
1- Decidir entre o bem e o mau, o certo e o errado, o aspecto favorável e produtivo e o aspecto prejudicial e inútil de uma questão, com bases nos juízos possíveis da pessoa.
2- Agir de acordo com a decisão tomada. Semelhante modo de conduzir-se é próprio daqueles que atingiram o nível moral.
Referência Bibliográfica: Evolução para o Terceiro Milênio / Carlos Toledo Rizzini