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REGIÕES DE BENÇÃO E DE DOR
REGIÕES DE BENÇÃO E DE DOR

 

 

 

 

REGIÕES DE BENÇÃO E DE DOR

      A variada gama de situações sociais, econômicas e morais que o Espírito elege numa existência para galgar a escada do progresso, na outra se manifesta, também, através das injunções orgânicas e psíquicas resultantes das necessidades evolutivas peculiares a cada qual.

      Conforme, portanto, a paisagem íntima, ao desvencilhar-se das conjunturas físicas, o ser espiritual viverá entre uma e outra reencarnação, até que, ascendendo, se libere dos sucessivos renascimentos nos círculos inferiores.

Exemplos:

- O homem sedento de caça, perturbado pela dominação, erguendo a clava forte sobre os mais fracos, adornará o seu céu com imagens de animais abatidos e tribos vencidas.

- O civilizado, conforme suas vinculações psíquicas, nas quais se atormenta ou se compraz, transfere por ideoplastia para o além-túmulo os fulcros de interesse, ali edificando o céu ou o inferno em que se demorará retido.

      Na Terra, a Natureza sempre responde consoante a solicitação que se lhe dirige.

      Asseverou Jesus com imensa e profunda sabedoria: “A cada um segundo as suas obras “, deixando evidenciado que o homem vive conforme os seus feitos.

      Não há como subornar a consciência Divina ou anestesiar indefinidamente a própria razão. O homem é o arquiteto da sua própria vida, resultando isso das idéias que agasalhe e vitalize.

      Alguns religiosos, imanados à letra bíblica, arrolam fórmulas e metas salvadoras de emergência, estabelecendo que a crença pura e simples, na sua função libertadora, basta para conceder a eterna bem – aventurança, não obstante os largos estipêndios de loucura e insensatez, de crimes e de lascívia, de que se fazem depositários tais crentes...

      Certamente que a “fé salva”, não porém, como forma simplista e precipitada de premiar a irregularidade e o erro a golpe de remorso tardio e aceitação divina imediata, no momento da desencarnação.

      Indubitavelmente que há céus e infernos além do portal do túmulo, aguardando os peregrinos da experiência carnal, quando do retorno ao Mundo Espiritual.

     Como, porém, receber a estranha, imensa e variegada massa que a cada momento deixa a Terra, retornando às praias e portos espirituais? Como classificar os delitos e julgar as ações nobres, considerando a diferente posição em que cada grupo humano realizou o seu compromisso terreno? Com quais medidas examinar em profundidade os fatores preponderantes e predisponentes para o mal e para o bem, tendo-se em vista que os prêmios e punições se achem limitados em duas ou três variantes: gozo eterno, punição perpétua, estágio para posterior disposição...

      De que padrões se utilizará a Divindade para classificar o criminoso vítima de impulsão esquizofrênica, o intelectual do homicídio frio e o explorador insensível do lenocínio, da aberração tóxica que se nutrem das lágrimas e suores de milhares de vítimas ?

      Onde alojar o caído em desgraça moral, que foi vítima da irresponsabilidade e aquele que o precipitou o abismo? Situar no mesmo plano de punição a vítima e o algoz? Liberar aquele que também desrespeitou os códigos morais, concedendo-lhe a felicidade e a paz perpétua, com esquecimento de quem o desgraçou apenas porque é vítima? Ambos premiar?

      Seria lícito conceder o “Reino de Deus” ao impenitente criminoso deste ou daquele padrão que se arrependeu no instante da morte?

      Como julgar o homem portador de bondade inata e aquele que se esforçou até o sacrifício, a abnegação e o martírio, tendo-se em vista a vida única? Não seria o primeiro um agraciado e o segundo um deserdado pela divina paternidade?

     Seria justo outogar-se ao religioso deste ou daquele credo que se refugia no silêncio, na meditação, longe do trabalho, silicitando o corpo que é instrumento da vida, e o indivíduo que macera a alma nos cilícios dos deveres devocionais da família – problema, dos serviços exaustivos, das tentações complexas que rondam, e apesar disso permanecer fiel a Deus, em culto de amor e devotamento nobre?

      Como nivelar responsabilidades tão díspares? Não tal assim não sucede. A justiça celeste não se utiliza de padrões fixos e inamovíveis para o exame das humanas fraquezas e das grandiosas conquistas do espírito.Em tudo e em toda parte vige o amor de Nosso Pai, espalhando-se em misericórdia.

      Sua sapiência colore a flor, faz planar a ave no ar, arranca do solo o fruto.Agasalha o animal no frio e suavisa-lhe o pelo na região tórrida, enrija-lhe o corpo, fortalece-lhe os músculos ou adelga-o para o meio em que vive.

POR QUE EM RELAÇÃO AO HOMEM DEVERIA DEUS EXCEDER-SE EM SEVERIDADE PARA COM UNS, AQUELES A QUEM DETESTA, E BENEVOLÊNCIA PARA COM OS OUTROS, OS QUE LHE AGRADAM?

A natureza divina chama-se amor e não possui os matizes do temperamento humano, que desejou fazer Deus à sua imagem, sem desejar assemelhar-se à imagem de Deus, que é misericórdia e bondade.

      É certo que se multiplicam no além – túmulo as regiões de dor e sombra, os abismos de sofrimento e de amargura onde não brilham as luzes da alegria, em que se rebocam os ultrajantes, os exploradores, os asseclas do mal, os impiedosos e calcetas, os dilapidadores da felicidade e da esperança alheias, os viciosos e toda a farta mole de acumpliciados com a desdita e o mal.

      Ninguém, o mais terrível e hediondo verdugo, se encontra à margem da misericórdia celeste que a todos nos alcança e soergue para a vida, para o amor e apara a perfeição, após o indispensável expurgo das construções infelizes a que se imanta...

      Há, sim, redutos de indescritível agonia, escarpas de soledade e frio, vulcões de desespero para os que pensam extirpar a vida através do suicídio, fugindo ao dever, à responsabilidade, às conseqüências dos atos...

      De acordo com os interesses pessoais acalentados e vividos na Terra, formam grupos e comunidades os desencarnados, no Mundo Espiritual, vinculados uns aos outros pelas inexoráveis leis da afinidade, em que se lapidam e sofrem, até que se resolvam mudar de atitude íntima e encarem a realidade do Espírito nas sublimes finalidades para as quais foi criado.

      Em toda parte, porém, vigiam os responsáveis e instrumentos da providência atentos para auxiliar e distender mãos piedosas em favor daqueles que desejem ascender e crescer nos rumos da luz...

      Simultaneamente desdobram-se e se multiplicam refertas de bênçãos as Instituições de caridade espiritual para os que atravessam a aduana da morte portadores de dores honestas e enfermidades ressarcidoras, que ainda não fazem jus à plenitude da felicidade nem merecem maior quota de sofrimento reparador.

      Cada espírito desperta além do corpo conforme se comportou enquanto na sua vigeliatura.A desencarnação deixa sulcos e impõe compreensível convalescença em todos quantos não se preparam devidamente para esse cometimento que ocorre no plano físico da vida.

      Há legiões de abnegados médicos da caridade e de enfermeiros de auxílio que transferem recém-libertos carecentes de socorro para entidades especializadas do lado de cá, para comunidades de trabalho, para educandários de fé e santuários de oração...

      Proliferam “moradas” felizes que se diversificam, multifárias, desde aquelas que recebem os principiantes no exercício do bem até os sublimes círculos em que as bem - aventuranças residem.

      Em todo lugar está a Excelsa Presença. “ Na casa do meu Pai há muitas moradas” – observou Jesus, reportando-se às que situam nas faixas vibratórias próximas da Terra, como àqueloutras que pulsam e lucitam na escumilha da noite, em forma de ninhos de eterna luz, e ás que escapam à imaginação, ao estreito entendimento da mente terrestre, exaltando a sabedoria e o amor do Senhor do Universo, como regiões de dor libertadora e de benção luarizante esperando por nós.

 

 

Referência Bibliográfica:

- No Limiar do Infinito / Franco, Divaldo Pereira pelo Espírito Joana de Ângelis

 

 

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