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DETERMINISMO E LIVRE ARBÍTRIO
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                         Determinismo: É uma Doutrina que afirma serem todos os acontecimentos, inclusive vontades e escolhas humanas; causados por acontecimentos anteriores. A pessoa faz exatamente aquilo que tinha de fazer e não poderia fazer outra coisa; a determinação de seus atos pertence à força de certas causas, externas e internas.

 

                         É a principal base do conhecimento científico da Natureza, porque afirma a existência de relações fixas e necessárias entre os seres e fenômenos naturais. Como dizendo que o que acontece não poderia deixar de acontecer porque está ligado as causas anteriores. A chuva e o raio não surgem por acaso, a semente não germina sem razão, etc.

 

                         Há sempre acontecimentos prévios que preparam outros: chove porque houve primeiro evaporação, depois resfriamento e condensação do vapor; e assim por diante. O mundo

 

 Físico e biológico são regidos pelo determinismo – no nível macroscópico.

 

                         Vimos que a matéria viva ou inanimada, rege-se pelo determinismo completo no conjunto considerando o que é grande e visível. E considerando o que é infinitamente pequeno, vigora o indeterminismo que só admite o cálculo de probabilidade. São dois níveis distintos de estrutura e comportamento, regulados por leis diferentes.

 

                         No Nível Mental, também vigora o mesmo princípio, pois, os pensamentos tem uma causa, assim como as nossas ações, deles decorrentes; pensamentos e atos estão relacionados aos impulsos, traços de caráter e experiências caracterizam a personalidade. Nesse mundo mental emerge um novo fator, cujo desempenho é bastante imprevisível, chamado consciência ou faculdade de conhecer a si mesmo. Não é demais supor que o ser humano seja dotado, igualmente, de vontade livre em maior e em menor escala.

 

                         Livre Arbítrio: Declara a vontade humana livre para tomar decisões e determinar as suas ações. Diante de várias opções oferecidas por uma situação real, o homem poderia escolher uma racionalmente e agir livremente de acordo com a escolha feita ou não agir se o não quisesse. Exige portanto capacidade de discernir e liberdade interior.

 

                        Pergunta 122 do Livro dos Espíritos: Como podem os espíritos, em sua origem, quando não têm consciência de si mesmos, desfrutar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Existe neles um princípio, uma tendência qualquer que os incline mais para um caminho que para o outro? R: O livre arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Ele não teria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma causa independente da sua vontade. A causa não está nele, está fora dele, nas influências em que cede em virtude de sua vontade livre. É a grande figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam a tentação, outros a resistiram.

 

                        Pode supô-lo livre para tanto, reconhecendo contudo que a condição mental do sujeito impõe restrições ao livre arbítrio, como: irreflexão, impulsividade, hábitos fixos, inércia, imitação, moda, etc. Essas limitações não chegam a cassar a liberdade por completo nem eliminam a responsabilidade dos atos. Exemplo: por ter de dormir três horas todas as tardes ou beber, ele sofrerá diminuição da liberdade de decisão e ação, mas é o dono desses hábitos e, daí, o responsável pelas conseqüências do que fizer.                  

 

                       O animal e o selvagem vêem as coisas em função da sua utilidade imediata na satisfação de instintos e impulsos primários; por exemplo um pedaço de carne desperta interesse havendo fome para acalmar e só para esse fim. O civilizado porém, percebe as coisas sob múltiplos aspectos, a carne poderia servir para alimentar a criação, ser examinada ao microscópio, inspirar um drama ou poema, etc. Tem ele conseqüentemente, de tomar uma decisão sobre a escolha a fazer.

 

                     

 

                    Pergunta 595 do Livro dos Espíritos: Os animais têm o livre arbítrio de seus atos? R: Eles não são simples máquinas como acreditais, mas sua liberdade de ação é limitada às suas necessidades e não pode se comparar à do homem. Sendo muito inferiores ao homem, eles não tem os mesmos deveres. Sua liberdade está restrita aos atos da vida material.

                   O aspecto essencial da questão consiste em saber se o sujeito, ao praticar a ação, era livre ou não para praticá-la. Se há liberdade de escolha diante de várias possibilidades oferecidas por uma situação ou se ele só poderia ter feito precisamente o que fez.

 

                   Ser livre não significa agir ao acaso, desordenadamente, vimos que nossas ações tem uma causa, que não elimina nosso poder de determinação.

 

                   Contudo o que vimos percebemos que no homem, existe os dois princípios de ação. Para entender melhor temos que nos direcionar para um princípio superior a esse, que é o princípio Central da Lei de Deus a Evolução.

 

 

 

 

                    Nos reinos animal e humano inferior prevalece o determinismo; o instinto dá o melhor sem o perigo da escolha malfeita e o selvagem age movido por impulsos semelhantes. O livre arbítrio é progressivo e relativo, evoluindo do determinismo físico à medida que a consciência (razão) se desenvolve. Crescendo a razão, aumenta a liberdade de decidir; os padrões fixos de comportamento cedem lugar a opção inteligente. Em suma o livre arbítrio é uma conquista evolutiva. E, com ele desponta um novo fator moral – responsabilidade ou necessidade de enfrentar as conseqüências dos atos praticados, que a Lei impõe a todos.

 

                    Vimos anteriormente que há restrições internas no desempenho da nossa liberdade (evolução). E podemos observar também que há restrições externas no campo da atuação; o determinismo do mundo material interfere com a liberdade dos atos; ninguém pode impedir a neve de cair ou o vento de soprar, prendendo-se em casa e alterando programas traçados. Além disso o apego as coisas materiais reduz a independência da ação do espírito.

 

                     Mas em que sentido podemos dizer o espírito humano é livre, depois de todas essas colocações? Percebemos nitidamente que, em todos os aspectos não o é; que há inúmeros acontecimentos inevitáveis, razão do conceito de fatalidade

 

                       Pergunta 851 do Livro dos Espíritos: Há fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra, quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, em que se torna o livre arbítrio? R: A fatalidade não existe senão pela escolha que fez o Espírito, em se encarnando, de suportar tal ou tal prova. Escolhendo, ele faz uma espécie de destino que é a conseqüência mesma da posição em que se encontra. Falo das provas físicas, porque para o que é prova moral e tentações, o Espírito, conservando seu livre arbítrio sobre o bem e sobre o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom espírito vendo-o fraquejar pode vir em sua ajuda, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar a sua vontade. Um espírito mau, quer dizer inferior, mostrando-lhe, exagerando-lhe um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo; mas a vontade do Espírito encarnado não fica menos livre de todos os entraves.rito, conservando seu livre arb

 

                    A liberdade de decidir e agir existe antes da ação ser executada. Posta em movimento o agente prende-se aos efeitos das causas que o gerou. Entra em cena a lei de causa e efeito ou de ação e reação. Segue-se daí que a liberdade é condicionada, e que o livre arbítrio é relativo – pois depende do que se fez antes.

 

                     Todos gozamos, em graus diversos, de livre vontade e estamos presos ao determinismo. A liberdade reside no presente; podemos agir com independência por meio da faixa da consciente atual, que atende às necessidades da vida presente. A determinação promana do passado culposo. As causas que geramos no passado pelas próprias ações constituem a área de determinismo, conservada em estado inconsciente. Temos de reabsorver as conseqüências das más ações, o que a liberdade do presente garante porque, com ela, podemos emitir impulsos que venham corrigir os precedentes. Originando novas causas com o bem, hoje, é possível neutralizar as causas pretéritas do mal e reconquistar o equilíbrio.

 

                                 Muitas situações são armadas contra a nossa vontade: as ações passadas constituem a faixa determinada do destino, da qual não há fuga. Mesmo nas piores condições, esclarece André Luiz (ação e reação), como uma prisão em cela, ainda vigora certa dose de liberdade de decidir, que poderá ser empregada para melhorar ou piorar a própria situação conforme o comportamento adotado; podemos sempre, agravar ou atenuar nossa posição perante a Lei.

                      O livre arbítrio do próximo não pode ser violado mediante a imposição de atitudes que ele deve assumir espontaneamente, por convicção própria. Onde há duas pessoas, há direitos a respeitar. A liberdade de um termina onde começa a de outro. Semelhante violação significa débito a pagar.

 

                       Funciona melhor o livre arbítrio no mundo espiritual. O espírito tem conhecimento do que lhe cumpre passar e realizar na Terra e concordou com isso. A chamada fatalidade é a escolha feita, antes da encarnação, de uma expiação ou prova. Foi exercida a liberdade nessa ocasião. Depois, é como se o espírito houvesse traçado para si mesmo uma sorte de destino infalível. É uma escolha ou ajuste de interesse para a evolução moral e terá que cumprir-se inexoravelmente. Ma não podemos deixar de falar que nem tudo o que acontece deriva do passado. Queimar a mão por exemplo, poderá ser simplesmente imprudência; ter uma indigestão é sinal de excesso praticado.

“Nossa evolução moral, nos torna conscientes e donos dos nossos pensamentos e atos frente a vida material a que nos encontramos agora.”

 

 

 Referência Bibliográfica:

- Evolução para o Terceiro Milênio – Rizzini, Carlos Toledo

 

- O Livro dos Espíritos, Kardec Allan

 

- No Limiar do Infinito, Franco Divaldo Pereira

 

 

 

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