7º AULA APARÊNCIAS
919 - Qual o meio mais eficaz para nos melhorarmos nesta vida e resistimos às solicitações do mal?
R: Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo. (O Livro dos Espíritos).
Cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. A árvore boa dá bons frutos e a árvore que dá maus frutos não é boa. Quando nos amamos nos reconhecemos como verdadeiramente somos, com nossos erros e acertos.
Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso poder pessoal de transformação e, dessa forma, forjarmos um “disfarce” para sermos apresentados perante os outros.
Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós mesmos:
- “ Eu nunca sinto raiva”
- “ Nunca guardo mágoa de ninguém”
-
Vestindo assim uma aparência de falsa humildade e compreensão. As máscaras fazem parte da nossa existência, porque todos nós não somos totalmente bons ou maus e não podemos fugir de nossas lutas internas.
Temos que confrontá-las, porque somente assim é que desbloquearemos nossos conflitos, que são as causas que nos mantêm prisioneiros diante da vida. Devemos nos analisar como realmente somos.
Quando n se reconhece, vive vitimado por heranças ancestrais - de outras reencarnações -, de castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico e outros, o indivíduo permanece fragilizado, suscetível aos estímulos negativos, por falta de auto-estima, autoamor, do auto-respeito, dominado pelos complexos de inferioridade e pela timidez, refugiando-se na insegurança e padecendo aflições perfeitamente superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante cuidadoso programa de discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho em vivenciá-lo.
Nossos problemas íntimos, se resolvidos com maturidade, responsabilidade e aceitação, são ferramentas facilitadoras para construirmos alicerces mais vigorosos e adquirirmos um maior nível de lucidez e crescimento.
Nossos sentimentos ruins não devem ser escondidos de nós próprios, como se fossem coisas hediondas, e sim aceitar essas emoções que emergem do nosso lado escuro, para que possamos ver como somos realmente.
Por não admitirmos que evoluir é experimentar choques existenciais e promover um constante estado de transformação interior é que, às vezes, deixamos que os outros decidam quem realmente somos, colocando-nos, então num estado de enorme impotência perante nossas vidas.
A maneira como o outro nos percebe tem grande influência sobre nós. Amigos opressores, religiosos fanáticos, pais dominadores e cônjuges inflexíveis podem ter exercido muita influência sobre nossas aptidões e até sobre nossa personalidade.
Portanto, não nos façamos superiores, aparentando comportamentos de perfeição; isso não nos fará bem psiquicamente. Aceitar nossa porção amarga é o primeiro passo para a transformação, sem fugirmos para novo local, emprego ou novos afetos, porque isso não nos curará do sabor indesejável, mas somente nos transportará a um novo quadro exterior.
Os nossos conflitos não conhecem as divisas geográficas e, se não encarados de frente e resolvidos, eles permanecerão conosco onde quer que estejamos na terra.
Para que possamos fazer alquimia das correntes energéticas que circulam em nossa alma, procedamos à auto observação e a auto análise de nossa vida interior, sem jamais negar a nós mesmos o produto delas.
Nos amando, nos conhecendo significa compreender nossos próprios limites. É não ter vergonha de olhar para dentro de si, e conquistar coragem para vencer as próprias imperfeições.Os grandes estrategistas sempre dizem que a melhor maneira de vencer os obstáculos e conhecê-los profundamente.
Pois então, a única forma de vencermos nossas limitações é estudá-las e combatê-las dia após dia. E, se porventura perdermos alguma das batalhas contra o homem velho que existe dentro de nós, não devemos desanimar. A "guerra" ainda não terá terminado.
Caberá a nós, com perseverança e fé, continuarmos a nos conhecer e nos educar, dando a oportunidade para Jesus nos ajudar nesta empreitada íntima.
Referência Bibliográfica: Renovando Atitudes / Francisco do Espírito S. Neto
Autodescobrimento: Uma busca interior / Divaldo P. Franco